Pular para o conteúdo principal

CARTAS DO ALÉM

 




                              Aqui, cês nem imaginam,  frio, escuro e apertado. Mesmo que pudesse, não conseguiria me mexer, ainda bem, não sou claustrofóbico. E vocês aí, parem de brigar, agora Inês é morta. Azar, o meu, pensava, aguentar. Também, cada brincadeira! E agora? Tatuagem, entra-se no cèu? Casado ontem, hoje, a mulher num quarto, ele, noutro com biscate. Longe de acreditar. Nem me lembro o durante. Pensei? E pensar, nem houve mesmo, um boquete e minete, numai. Lâmia, voraz, devastadora. Um suspiro, e eu, como um morcego. Coragem? Covardia. Pura besteira, sovinice, uma conta, amigo é pra isto. estão se aproveitando? Assim, assim foi e será. Se me tivesse ouvido, nem medo, nem fuga. Muito barulho por nada, não é Henrique? nem saí do quarto. Fim de partida, não, não era,  não é Hamm?  Humm, alvoroto, se não fora, nem pulo, nem queda. A vida é sonho, não é Calderón? e sonhar quero continuar, no melhor dos mundos, aqui, silêncio, escuridão e o nada. Nada, nem fogo, nem gelo. Nem ligria, nem tristeza. Coisa mais besta, só pra neguinho esquecer Jacarezinho. Urubu quando está de azar o de baixo pinica o de riba. Pobre, o nome já diz. Emboscada, acidente? Ninguem me convence. Muita água pra correr. Um aperto e abrem o bico. Quem vai mexer? Essa foi cara. Trair mata, história mostra. Quanta maluquice, por uma xota. Medo da mulher, por quê  outra? Homem, homem é assim. Só homem? Moiô, brincadeira de mau gosto. Brincadeira? O diabo é quem sabe. O diabo? Sei lá, nem sei se ele existe. O glavato é muito cumplicado, com dizia o chinês, fotógrafo na Estrada da Liberdade em Salvador de Bahia. Massacrado. te achas, não quero saber de você. E há quem ache divino, o álcool. Ostentação, oh quanta! mas a energia... Eu comprava biscoito Pilar na venda de Zavinho e saía todo alegre chupando-o, não comendo, para durasse.  Tusen takk, pelo muito que me deram em tão pouco tempo. Aproveitar, não é matar a galinha de ovos de ouro, hoje sei disto. Oh, abre alas. que eu quero passar. Sangue, sangue, quantos queriam ver? Um barranco caiu sobre uma kombi, atolado na lama, alguém levanta o braço, socorro! Roubaram-lhe o relógio, comigo,  aliança. Um feitiço, e foi? um juju daqueles, sem desmanche. Quem teria? Quebrança nas quebradas. O mundo, quem entende? Não era prá du.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

EU ME CHAMO CELSO

                                                          Oh, possam minhas palavras atingir a todos, a todos deste orbe. Ih, nem queria dizer esta palavra, os cristão se apropriaram dela. Um simbolo egípcio. Dita, digamos que a verdadeira  palavra atinja a todos, homens de cores, línguas e costumes diversos. Possa a verdade prevalecer sobre a mentira que vocês vêm divulgando. Pois eu digo, afirmo e repito. O Deus que vocês chamam de Jesus, o Cristo, nada mais é que um pobre  filho de uma puta igualmente pobre. Tanta mentira pregam que tenho medo que um dia isto se torne uma verdade universal e vocês passem a perseguir a quem não acredita nesta mentira, como já  vêm fazendo, com esta campanha de ódio aos não adeptos de sua seita. Porquê todos sabem que Jesus é filho de um soldado romano, com Maria e o pobre José nada mais que um corno consolado. Também fazer o que? Dizem que ele ficou brocha. Jesus Não tem culpa de ter nascido de uma foda furtada pelo soldado romano, tamp

NOITE EM PARIS

Fazia um friozinho e chuviscava. Ele parara em frente ao Eléphant Blanc . Esperar. Logo estiará. Eram, talvez, duas horas, ou menos. Outras pessoas, também, ali. Esperavam, silenciosas, a chuva passar. Um homem baixo,  careca luzidia,  roupas modestas, parou em sua frente e de costas, coçando seus perigalhos, comentou sobre o tempo. Eterno tema das conversas dos que nada têm a dizer. Tempo, Tempo. Eró, Eró. Tempo, Tempo.  Não me comas, não me devores, meu pai. Eu quero viver. “ Oh quero viver, beber perfumes na flor silvestre que embalsama os ares ”.  Eternidade, te quero.  Mecânico, respondera-lhe.  Convicto, papo assim,  não inicia amizades,  e, só isto  lhe interessava, difícil fazer amigos na França,  mais ainda,  conservá-los. Como ser amigo de um clochard ? De quem não tem  morada, não saber onde procurá-la nos momentos difíceis? Não. Não era um mendicante. Flanava, apenas, flanava. E se fosse, iria precisar de um cloche ? Si . No . Não lhe interessavam poranduba