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ELA SE CHAMA LILI















                                   De pai Cirilo e mãe Jurema nasceu Lili. Azuis terríveis, os olhos, iria, quem diria, correr  mundo, denominada, a mais bonita e mais rica do mundo da moda. Não muito longe, ajudava o pai, sapateiro, seleiro e curtidor, entre couro, casca d´angico, sovelas e outros apetrechos, ao aroma de couro curtindo no anoque ou molhado na selha. Que sonhos acalenta uma jovem, num lugar onde nem jornal nem rádio chegavam? Lia titubeante alguns números do Almanach Bertrand e do Almanaque do Pensamento que o pai comprava a cada ano e era, assim, considerado, junto com Zé de Nazaré os sabidos de Capela, os malucos, porém malungos todos. 

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NOITE EM PARIS

Fazia um friozinho e chuviscava. Ele parara em frente ao Eléphant Blanc . Esperar. Logo estiará. Eram, talvez, duas horas, ou menos. Outras pessoas, também, ali. Esperavam, silenciosas, a chuva passar. Um homem baixo,  careca luzidia,  roupas modestas, parou em sua frente e de costas, coçando seus perigalhos, comentou sobre o tempo. Eterno tema das conversas dos que nada têm a dizer. Tempo, Tempo. Eró, Eró. Tempo, Tempo.  Não me comas, não me devores, meu pai. Eu quero viver. “ Oh quero viver, beber perfumes na flor silvestre que embalsama os ares ”.  Eternidade, te quero.  Mecânico, respondera-lhe.  Convicto, papo assim,  não inicia amizades,  e, só isto  lhe interessava, difícil fazer amigos na França,  mais ainda,  conservá-los. Como ser amigo de um clochard ? De quem não tem  morada, não saber onde procurá-la nos momentos difíceis? Não. Não era um mendicante. Flanava, apenas, flanava. E se fosse, iria precisar de um cloche ? Si . No . Não lhe interessavam poranduba