De pai Cirilo e mãe Jurema nasceu Lili. Azuis terríveis, os olhos, iria, quem diria, correr mundo, denominada, a mais bonita e mais rica do mundo da moda. Não muito longe, ajudava o pai, sapateiro, seleiro e curtidor, entre couro, casca d´angico, sovelas e outros apetrechos, ao aroma de couro curtindo no anoque ou molhado na selha. Que sonhos acalenta uma jovem, num lugar onde nem jornal nem rádio chegavam? Lia titubeante alguns números do Almanach Bertrand e do Almanaque do Pensamento que o pai comprava a cada ano e era, assim, considerado, junto com Zé de Nazaré os sabidos de Capela, os malucos, porém malungos todos.
Marlene? Sou, Engelhorn. Herdei uma fortuna e nada fiz para isto. E o Estado nem cobra impostos para redistribuir. Você, caro leitor deste mundo louco, acha isto justo? Tão jovem com tanto poder? Não sei como gastar. Injustiças do mundo. O trabalhador paga impostos de seu suado xelim. Não se redistribui, até um dia estourar tudo. Terão todos a paciência dos indianos? Não, o mundo pode estourar um dia. Guerras civis, entre nações, mundial, nada mudará. E o rico torna-se mais rico. E o pobre, mais pobre. Reabre-se o caminho, mais guerras. Cíclicas. Veja-se o dálite, quanta aceitação quanta paciência! Até quando? Os tiroteios em Norteamérica. Ataca-se escolas, hospitais, clubes, festa. E eles, querendo esconder uma revolução efervescente, calam o atirador, matando-o e constroem uma narrativa. Lobo solitário, esquizofrênico, paranoico e outros epítetos e há quem acredite. Até o dia em qu...
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