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DO HAVRE AO FIM DO MUNDO










    
                         Juro. Horas pensando. Começar. Joyce levou dias para encontrar um palavra para o fim do Ulisses, eu, para começar.  Ele achou o yes, eu, só o não. Vinha sempre à mente quando pegava da caneta. E não era azul! Então decidi escrever diretamente no notabuque e a negativa foi pro brejo. Mau agouro, começar um diário de viagem logo com um adverbio de tanta força negativa. Seria atrair o mal. Palavras têm força, diz a neurolinguística. Madeira, toc, toc, toc. Um diário. O presente para recordação no futuro. Para se verter lágrimas ou risos e mais das vezes risos, pois o infortúnio no futuro é objeto do riso. Este relato pretende ser um diário do Havre ao Tepequém. Não me queiram mal, não será um diário como todos fazem. Dia, mês, ano e até hora. Não saberia fazer, nem teria saco, mas vou me esforçar ao máximo para que pareça um diário e todos vocês possam gozar do prazer e ler as peripécias das pessoas nele descritas. O Havre fica na Normandia a cento e setenta e seis quilômetros de Paris. Por quê falar de Paris? Porque o diário começa no Havre, mas quem o escreve veio de Paris. Diamantes, ouro, prata, prata até umas horas  virgens morenas e não virgens, a toda hora, vidão. Só não contava com os mosquitos. Carapanãs, sugadoras de sangue. Ódio, não tenho, hão de ter sua servença, não é Darwin?

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