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MEU NOME É JESUS










                              Meu nome é Jesus. Não queiram associar este título ao bordão político do barbudo Enéas. Se assim  comecei é porque faço questão de enfatizar  meu nome, hoje, por tantos, vilipendiado, usado em vão. Muito do que se faz e se diz em nome, não no é. Quero provar, mesmo que se diga, não ter eu existido historicamente, não ter tido vida material, que, ainda assim, fui, para muitos, o caminho. Até me conformo em dizerem que eu não existi, mas dizer, como Celso disse,  que eu fui gerado de  uma pulada de cerca de minha mãe, que sou filho de um tal de Tiberius Julius Abdes Pantera, soldado romano, é demais. É muita maldade. Não há mal algum em ser filho de um milico, xô, xô preconceito, chateado, tou, pela cerca. Mamãe não pulou cerca. Quem não ficaria zangado, vendo a mãe xingada? Os que negam a minha existência, nem admitem ter nascido, mas há, como Celso, os que negam minha palavra, dizendo ser eu um simples filho de um soldado romano com uma judia sem escrúpulos, desacreditando meus ensinamentos. Sei que aquela história do Espírito Santo é um tanto quanto, como diria? Nem meu pai acreditou, mas fazer o que?

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NOITE EM PARIS

Fazia um friozinho e chuviscava. Ele parara em frente ao Eléphant Blanc . Esperar. Logo estiará. Eram, talvez, duas horas, ou menos. Outras pessoas, também, ali. Esperavam, silenciosas, a chuva passar. Um homem baixo,  careca luzidia,  roupas modestas, parou em sua frente e de costas, coçando seus perigalhos, comentou sobre o tempo. Eterno tema das conversas dos que nada têm a dizer. Tempo, Tempo. Eró, Eró. Tempo, Tempo.  Não me comas, não me devores, meu pai. Eu quero viver. “ Oh quero viver, beber perfumes na flor silvestre que embalsama os ares ”.  Eternidade, te quero.  Mecânico, respondera-lhe.  Convicto, papo assim,  não inicia amizades,  e, só isto  lhe interessava, difícil fazer amigos na França,  mais ainda,  conservá-los. Como ser amigo de um clochard ? De quem não tem  morada, não saber onde procurá-la nos momentos difíceis? Não. Não era um mendicante. Flanava, apenas, flanava. E se fosse, iria precisar de um cloche ? Si . No . Não lhe interessavam poranduba

PENTESILEIA KLEIST

https://www.pucsp.br/nucleodesubjetividade/Textos/pentesileia_kleist.pdf https://www.pucsp.br/nucleodesubjetividade/Textos/pentesileia_kleist.pdf Tradução e adaptação Jean Robert Weisshaupt e Roberto Machado. Readaptação Deus Carmo.  ATO I PRÓLOGO CENA I - Ulisses e Antiloco entram  com seus séquitos, cada um por um lado. Em seguida entra Diomedes e depois Aquiles com os mirmidões.  Antiloco    -  Salve Rei! Como está indo depois que nos separamos em Tróia? Ulisses   - Muito mal, Antíloco, Observe a planície. Como lobas raivosas, as amazonas se lançam sobre os gregos sem que se saiba por quê. Se os deuses não estancarem esta carnificina elas vão se despedaçar, sem arredar pé, os dentes de uma cravados na garganta da outra. Antíloco - Mas o que querem elas? Ulisses - Eu, aconselhado por Agamenon, e Aquiles, filho de Peleu, partimos com a tropa dos mirmidões. Corria o boato que Pentesileia tinha saído das florestas da Cítia com suas guerreiras amazonas protegidas com peles de serpentes,