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                    Ele foge e, aterrado em campo silencioso,                                        ulula, em vão tentando falar, ele próprio
                    recolhe  a raiva à boca e ávido de mortes
                    volta-se contra o gado e em sangue se compraz.
                    A veste se converte em pelo e braço em perna;
                    faz-se lobo e conserva algo da antiga forma:
                    as mesmas cãs, o mesmo rosto violento,
                    o mesmo olhar brilhante e um furor idêntico.
                              
               Diz-me, caro Ovídio, como se livrar do licantropo? Este Licaonte saído das profundezas dos infernos, desde que cozinhou carne humana para oferecer a Deus, e em lobo foi transformado, acredita-se um animal, formando uma alcateia vociferante e sanguinária que persegue, independente da lua, homens e mulheres dilacerando-lhes a carne, bebendo seu sangue, implantando o terror. 

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